Via Face Oeste 4° IV sup – 450 metros
Por DuNada
Ainda perguntam o porquê deste apelido, DuNada…
Estava há alguns meses sem escalar e na minha volta à pedra fui convidado a entrar numa via aparentemente tranquila. Na teoria, ou seja, de acordo com o croqui as informações aparentavam isto, mas na prática foi perrengue e mais perrengue!
A primeira investida foi com a Evie na cordada, Sandro e Luana numa outra. Não sabia o que estava fazendo, pois não busquei as informações necessárias e imaginava outro nível de escalada. Após muita ralação descemos depois de escalar aproximadamente 300 metros da via. A Luana fez um excelente relato deste dia no blog: http://tripsdaminhavida.blogspot.com.br/2012/05/trip-aguia-branca.html
No próximo final de semana Zé Mácio e Karapeba resolveram fazer outra investida. “Outra” por que eles também cometeram o mesmo erro na primeira tentativa, entraram sem o devido comprometimento que a via exige! Eu e Sandro resolvemos pegar uma carona, mesmo sem esquecer o trampo da semana anterior, para aproveitar a corda que estava subindo, rachar a gasolina, etc.
Apesar de independentes uma da outra, as duplas trocaram informações valiosíssimas para adiantar a empreitada. Procurar os grampos era uma tarefa constante, raríssimas vezes saímos do grampo anterior visualizando onde estava o próximo, em lances relativamente fáceis, porém muito esticados e numa rocha “esfarelenta”, logo voltar ao grampo anterior não seria uma tarefa simples.
Graus de exposição e de dificuldade a parte… Começamos a discutir (devanear… rs) um possível “Grau de Perrengue” que merecia entrar nos croquis. Além dos já conhecidos A1, A2… D1, D2… E1, E2… Também deveria aparecer o P1, P2… até P5. Só para matar sua curiosidade… Essa via foi classificada como um P3 quando comparada as demais que já fizemos!
Coincidentemente nós quatro fazemos parte do Conselho da Associação Capixaba de Escalada – ACE e olha só o nível da discussão! Devaneio seguido de mais devaneios, só faltou o Naoki para acrescentar os dele!
Dentre uma bobeira e outra surgiram diversas frases “filosóficas” e a que eu guardei na manga foi: – Estar aqui no cume valeu cada espinho…
Outra coisa que me marcou nesta trip foi a sinergia do grupo, ou seja, o Todo foi muito maior do que a simples soma das partes, maior que a simples soma das duas duplas ou a simples soma de seus membros.
Um agradecimento em especial ao Sandro, meu parceiro de cordada, pois mesmo sabendo que eu não estava 100% para uma escalada deste nível, acreditou no sucesso da empreitada e me passou muita tranquilidade para guiar 3 das 7 enfiadas. A coisa estava andando certinha até a sexta enfiada, cada um guiava uma e o revezamento estava funcionando perfeitamente, mas na sétima o negócio desandou… Num é Karapeba?!
Na nossa vez de guiar, um precipício de mais ou menos 500 metros e uma exposição relativamente alta fizeram os dois “cagalhões” passar a vez para os Super Heróis, apelido carinhoso colocado pela galera!
Enfim… Teria como detalhar esta trip em mais 500 linhas se necessário, entretanto não vou fazer isso com os poucos, mas fiéis leitores deste blog. Só para finalizar… De acordo com o livro de cume esta foi a terceira vez que alguém chegou lá. Houve a conquista em 2001 e apenas uma repetição em 2005!
Valeu… Foi um excelente retorno à rocha!